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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Ano novo chegando…

A noite de ano novo se aproxima (“ano novo” é com hífen ou sem hífen? Ah! nem sei mais! Depois daquela ridícula reforma ortográfica que arrumou tudo, menos o que realmente precisava, sempre me confundo). Coisas ficam para trás. O novo chega aos poucos e nos apresenta um época cheia de esperanças. Tempo de desejar alegrias e boa-ventura a quem mais amamos! Esse parece um discurso de passagem de ano bem padrão, não é? E é. E por isso, pode-se considerar que a mudança de ano não tem nada de tão “novo” assim.

Ano-Novo-2009

Quando comemoramos, dançamos, comemos e bebemos até dizer chega, estamos brindando felicidades e desejos a uma coisa que de fato nem conhecemos. Ficamos ansiosos e esperançosos olhando para o futuro da mesma forma que para um túnel escuro. As tradições nos incutem uma sensação de que na noite da virada, no exato momento em que o relógio sairá das 23:59 do dia 31 de dezembro de tal ano para às 00:00 do dia 1 de janeiro do próximo, algo mágico vai acontecer. É como se acreditássemos que subitamente, nessa ínfima passagem de tempo, todas as nossas vidas mudariam. E para melhor: viveríamos nossos amores, teríamos nossa carteira bem gorda, as guerras iriam acabar, o mundo dançaria em paz e mais outras baboseiras hippies. Tudo isso em um passe de mágica. Mas não é bem assim. Aliás, nunca é assim. Noite de ano novo não é botão de “reset”.

Por mais que acreditem em um novo começo, o novo ano não traz mais do que uma repetição das mesmas situações, desafios, problemas, guerras e mortes que o ano velho já estava tão farto de carregar. E em toda virada de ano é assim: um giro completo na roda do destino e paramos no mesmo lugar. Nada muda. Nada realmente muda, para falar a verdade. Apenas o calendário. Mesmo assim, há algo novo. A esperança está lá. Mais renascida e viva do que nunca. Talvez não haja noite ou momento em que mais se encontre um sentimento de esperança e desejo por felicidade em um âmbito global do que na festa de ano novo. Mas, somente esperança, não adianta. Esperança não cura doenças. Esperança não mata fome. Esperança não impede que uma bala perdida mate um filho de seu amigo. Esperança nos dá alegria, mas não muda a vida de ninguém. Ações sim. E vontade, acima de tudo.

vontade_de_deus[1]

Assim, já que a tradição dessa época nos impele a desejar algo à nossos amigos, familiares e conhecidos, eu não vou desejar nada. Eu vou querer. Quero, antes de tudo, que a data seja celebrada com muita alegria, como deve ser. Pois alegria e risos, nunca são demais. Mas o que eu realmente quero é que além de celebrar sempre da mesma maneira esse antigo ritual – com origens em celebrações caseiras no Oriente Médio durante a virada de 999 para 1000 – que as pessoas – tanto individual quanto coletivamente – façam a vida valer a pena. Façamos de nossa existência, já tão curta, algo diferente que impulsione outros a fazerem do mundo não um lugar melhor, mas pelo menos, menos pior. Que aproveitemos cada momento, pois o tempo, quando percebemos que escapou de nossas mãos, já é tarde demais. E tempo, não é quem nem noite de ano novo: não tem todo ano.

Carpe diem! Ou melhor: Carpe ominiun! (Aproveite tudo!) Pois pior do que fazer algo é arrepender-se por não ter feito algo.

Um feliz ano novo a todos! Que todos “queiram” muito"!

Capturar7

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